Alegria.
Sinto alegria,
E dela, vejo sua sombra
Que canta e dança.
Canta. Pela dor do abandono,
Dança. Pela falta de prazer
Tornando-me soberbo à santidade.
Vem a mim alegria
Pois só tu, querida amiga,
Poderás fazer dela, o complemento
Que me falta na vida e na morte.
E, num misero tempo
Tentando sobreviver
Surge-me uma idéia luminosa:
“-crie a ti, a sua própria sombra
Ao reflexo de uma lamparina!”
Pena. Pois percebo em seu contraste
A alegria que surgira,
Porém, junto a ela o gosto mórbido,
A sombra escura -de um preto fosco-
Uma solidão profunda pairando os vagos pensamentos,
Fazendo de mim, algo errante
Ao intuir a falta de alegria
Que pensei que a transbordasse...
 
“Bela sombra que me acompanha”
 
 
(Alexsander Barbosa)

( Alexsander Barbosa)
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