RELIGAR (em caos profundo)

 

 

 
Caos e guerra
inevitáveis na terra
Rumo ao colapso?
Coletivo lapso?
 
Os poetas querendo então...
Os poetas querendo ou não
se retiram da sociedade
se desprendem da realidade
 
"UMA BEIRA DE PRAIA! O TOMARA-QUE-CAIA!
O CAPIM, VERDE CHEIRO! TEU OLHAR POR INTEIRO!
UMA BRISA NA ORELHA! O AMOR, A CENTELHA!
O AZUL DE TODO O CÉU! A CACHOEIRA, ÁGUA E VÉU!
A ANARQUIA, O APOLÍTICO! AQUELE FRESCOR ETÍLICO!
O BARATO DA VIDA! MEU CARO, MINHA QUERIDA!"
 
Todo o livre sexo
Tudo é pra ser reflexo
Viver em paz
o caos sem deus
 
...
 
Bem estar, amor profundo
imprescindíveis no mundo
Rumo à cooperação?
Coletiva operação?
 
Os poetas querendo então...
Os poetas querendo ou não
se inserem na sociedade
se aprisionam na realidade
 
"UM AMIGO QUE O TRAIA! POIS TOMARA QUE CAIA!
O CORRER PRO DINHEIRO! TEU CHORAR TEMPO INTEIRO!
UM METANO DE OVELHA! SAI DAQUI, NÃO EMPARELHA!
O TIRO DA ARMA CRUEL! A RAIVA DA ESPOSA INFIEL!
O BANDIDO E/OU O POLÍTICO! AQUELE POBRE RAQUÍTICO!
O DROGADO, SEM SAÍDA! MEU CARRO, MINHA FERIDA!"
 
Nada revela o nexo
Nada é menos complexo
Morrer, capaz...
O caos é deus

Texto mais recente, postado hoje em homenagem maior ao poeta Zezinho Botacini (é mais daquele tema que segue).

E também mais me persegue a trama do que o alcance do resultado utópico em si, embora deseje tanto poder vivê-lo em plenitude. Penso e sinto, porém, que invariavelmente culmino onde começo o que penso e sinto, que a origem de tudo é somente o contínuo caos, chame-o do que quiser. Enquanto escrevia, o caos, tal e qual deus, era tudo o que eu (ainda) não sei o que é. Deve ser tão simples vivermos em paz o caos apenas como tal...

OBSERVATORIO / CETICA E DE CRENCA INTIMA

Marcio Branco
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