A intensidade da chuva é a mesma com que as lágrimas descem pela minha face. Por que você não está aqui para ouvir comigo o barulho das pesadas gotas d`água explodindo ao se chocarem contra o vidro da janela? Por que eu preciso ser punida por algo que não fiz e permanecer sozinha neste quarto escuro e sem vida? O som da chuva está me enlouquecendo e não sei se suportarei ficar "nessa" por muito tempo... Um trovão quebra o clima melancólico, e em um gesto involuntário cubro minha cabeça com o edredom branco que tanto me aqueceu nas noites de inverno. Com os olhos fechados sob o calor gostoso que meu corpo produz ao permanecer ali, imóvel, eu pensei em você, o anjo que já não tem asas para voar até mim... O medo e a insegurança corroem tudo o que tenho de bom, então para continuar andando pelo caminho da vida, eu me apego a um frágil fio de esperança que ainda mantenho preso entre meus dedos, pois parar, seria aceitar o fim.

Silvana Hennicka!!
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