O choro do meu coração

 
No luto do sofrimento não cala
O estrondo aflito sem tapiz
Esvaece o esforço por um triz
Perante a disparidade da sala
 
Enquanto as palmas dançam
No tribunal dos choros
Cala-se a carruagem de erros
Nos rudimentos do mundo urbano
 
Minha voz nua às espaldas
Corrente do cálice obsessivo
Ardendo o espírito das fraldas
No palco do destino agressivo
 
Não tenho culpa se a vida
É uma viatura de heresias
Nos campos negros de sonhos e fantasias
Quando ela arrebata o áspero da lida
 
Choro, porque eu não aguento
A alegria dos dentes em brasa
Não, é impossível o sustento
Dos cães boelos em minha casa
 
Eis o choro do meu coração...  

Prolepse Tati
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