A DAMA DA NOITE (SONETO CXXXIX )

 
A DAMA DA NOITE (SONETO CXXXIX )

 
Mostras agora esta tua boca tão desnuda
Presa a garganta a tua palavra mais rouca
Faminta que em vão contesta e nada muda
Como se a vida te fosse famigerada louca

 
Arrancas do peito teu grito que te sacode
E posta à praça todo o preço deste pecado
Se existem tantos que te buscam abraçado
Já encontras o desdém no que tanto pode

 
Se a vida te fora a vil tenebrosa assassina
Que por pecado a carne tornara carnificina
Que por valor mais buscara dar prazeres

 
Assim te lanças fora todo o teu sentimento
E podes amordaçar o tempo teu momento
Te calar e não sequer contar teus afazeres

 
EUCLIDES
DO SEU LIVRO ( PALAVRAS INTIMAS )

 

EUCLIDES - ROMANTISSIMO
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