Dos tempos idos
nada permanece
uma vaga lembrança de um ser
que já não reconheço
recomeço
 
Todos os dias eu abro a janela
e na tela concretamente vazia
pinto o meu dia
 
Com cores escolhidas a dedo
eu pinto a tela
pinto nela coisas a meu bel prazer
pinto e canto
 
Há dias, porém, em que sombras do passado
e o futuro obscuro, numa tarde de chuva fria
torna a paisagem sombria
 
Nesse dia não saio
encosto a maçã do rosto no batente da janela
e deixo-me invadir  pela paisagem
misturo-me numa fusão de chuva e lágrimas
espero..




 


 


 

Nicast
© Todos os direitos reservados