Lá onde mora o pensar meu
Onde a manhã
Se encontra com a beleza que emana dos olhos teus
A relva é o tapete, o divã.
 
No suor de corpos estendidos
A química se funde a preparar
Quem sabe uma outra vida ou qualquer ato reprimido
Vida se faz como uma culpa a aflorar.
 
Na construção destes versos meus
                           Quisera eu ter pensado em todos os amantes
Que se amavam nas noites nômades dos fariseus
Ou outros povos errantes.
 
Pensou esse poeta
Nas virgens da Andaluzia
Nas mulheres castas de Atenas ou de Creta
Também nas morenas da Bahia.
 
E foi assim que meu pensar
Dissipou-se em névoas, pesadelos, redemoinhos.
E na estrada deste imaginar
Na companhia da mulher amada, desapareci na fina poeira do caminho.
 
Paulo César Fernandes da Silva

Paulo Fernandes
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