No piso frio sentada
Azulejos rachados
Obra antiga
Não terminada
Caixas cheias, amontoadas
Pelos inúmeros quartos
E corredores
Que fui abrindo
Teci também as cortinas
E pintei as paredes
Meus maus momentos
E alegrias por toda parte
Com a mão puxo a cortina
A menina desenhada desaparece
O chão repleto
Não alcanço tudo
Nem procuro a facilidade
Meu tear incessante
Sou uma matilha à caça
Ah! A riqueza dos sentidos!
Vertigem de almas torcidas
Vou caindo sem cessar
Os dedos tocam os fios
Por mim entrelaçados
Prendo-me por momentos
Vejo meus demônios
E volto a submergir
Oh, doce sentir. Vida...
Miriam Azevedo Hernandez Perez
© Todos os direitos reservados
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