crônica: NÓS BRASILEIROS, O EGITO E OS OUTROS

NÓS BRASILEIROS, O EGITO E OS OUTROS

Com o advento ocorrido no Egito levantou-se muitas opiniões que o mesmo deveria acontecer aqui no Brasil, mas que não acontece porque o povo brasileiro é muito subserviente, acomodado, pacato, parecendo que não tem sangue nas veias.

Mas quem faz estes comentários está esquecendo que o povo brasileiro já deu este passo, igualzinho como o ocorrido agora no Egito, quando do processo das “Diretas já” onde o povo sim foi para as ruas e sem nenhuma violência derrubou a ditadura que já estava caindo de podre, assim como o Mubarack lá no Egito e os outros da região.

Posteriormente, também arrestou do cargo o presidente dos Marajás, Fernando Collor de Mello, no movimento chamado dos “Caras pintadas”.

Derrubar um presidente ou ditador até que é fácil perto da dificuldade de se mudar um congresso, pois esta mudança não pode ser feita de fora para dentro, pois seria um golpe e a volta de um eventual ditador.

Bom ou mal temos que ir roendo pelas beiradas as mudanças que formos conseguindo.

O “ficha limpa” já foi um grande avanço e dentro das regras democráticas.

Agora só esperamos que o novo membro do Supremo tribunal Federal, que eu não lembro o nome, mas que foi tão elogiado por todos os setores jurídicos, mostre para os outros membros que lá estão que, “votação de cinco a cinco” para expulsar um terrorista e votação de “cinco a cinco” para fazer valer o “ficha limpa”, já para a última eleição, dá muito na cara de conchavo também.

Que este novo ministro do Tribunal mostre que é bom mesmo e dê o seu voto de Minerva e expulse o terrorista italiano do nosso país e faça valer já o“ficha limpa”, coisa que os seus receptivos companheiros não tiveram a coragem de fazer e jogaram a batata quente para ele que está chegando agora.

Não tem um brasileiro que não gostaria de ver este nosso congresso livre das suas mazelas, de seus eternos caciques, dos seus conchavos, das suas roubalheiras, mas o amadurecimento de um país é muito lento, vai evoluindo de geração em geração e mudar um sistema onde os próprios ladrões é que tem o poder de fazer as mudanças fica difícil.

Derrubar um congresso é derrubar a democracia e este não é o caminho.

O caminho é a classe organizada tomar a frente como fez este nobre deputado do Rio de Janeiro que conseguiu o “um milhão” de assinaturas necessárias, e impôs o Ficha Limpa guela abaixo destes deputados.

Pode ser que este “grande jurista”, espero que ele sinceramente seja mesmo, já expulse estes “Malufes” de Brasilia, mas se “amarelar” também, paciência, mas na próxima eleição esta regra já estará valendo.

Os caminhos da democracia exigem paciência, já derrubar um ditador não.

Estou com cinqüenta e quatro anos. Cresci na Ditadura dos generais, que dos males foi o menor, já que a outra opção era a guerrilha armada e a ditadura de esquerda que não trouxe nenhuma vantagem para nenhum país onde prevaleceu, ou alguém acha que algum daqueles países da cortina de ferro está melhor do que nós, com exceção da China que é um caso à parte, pois abriu as portas para aquilo que sempre combateu, o “demônio” do capitalismo.

Lutar por democracia é uma coisa, mas por esta ninguém pega em armas.

Quem pegou em armas aqui no Brasil pegou com a finalidade de impor a “sua”ditadura que “só” eles consideravam melhor. Quem tiver dúvida é só perguntar para quem sobreviveu ao Kmer vermelho, ao Stalin, Mao e tantos outros, sem falar no nosso vizinho aqui perto que até hoje ainda usa o “paredon”.

Não se pode usar como desculpa os embargos americanos, pois é assim que se trata qualquer inimigo declarado. A educação é boa¿ Ok. A medicina é boa¿ Ok, mas o bem maior de um povo é a liberdade. E nada compensa esta falta.

Bom, caiu a nossa ditadura e reencontramos o caminho da democracia na hora certa.

Caiu o Collor ou foi derrubado por incompetência em negociar com a turminha que ainda continua lá.

Isto nunca iremos saber, assim como nunca iremos saber porque Janio, incompetente, larga o país depois de sair com um vassourinha por aí dizendo que ia limpar o país, nem seis meses de ser eleito maciçamente.

Limpou foi o conteúdo das garrafas de cachaça.

Para purificar o nosso congresso só a sociedade organizada pode fazer, pois neste caso não adianta o povo ir para a rua.

E esta sociedade organizada é que nos está devendo.

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