Eu estava nu no morro
Os degraus e a pequena vegetação
A terra caindo na escada
Eu sabia que eles viveriam sem me
Que viveriam mais do que eu
Que passariam mais tempo neste mundo
Eles aqueles pequenos seres abióticos
Mais eu sabia
De tudo aquilo
E eles;
Na sua escuridão
Vivendo eternamente
Sem razão e com razão
Eu estava despido naquele morro
Eles fitavam-me
Mais será que pensam,
Que eu penso, logo
Pensarei mais coisas que pensei antes?
Olhei novamente e percebi que tinha uma calça desbotada, um tênis sujo e uma blusa velha
Parei nu no oitavo degrau
As folhas caiam
Mansas e melancolicas
Talvez eles estivessem tristes pela minha curta vida
Talvez estivessem laureando uma vida sem sentido
Não sabia dizer por quê
Nu no oitavo
Em cima a universidade e em baixo o apartamento
A universidade com poucos universos
O apartamento com poucos compartimentos
Eu estava triste
Uma pequena flor caiu perto de me
Eu queria chorar
Mais o choro não saiu
A dor aumentava
Eu sabia que eles viveriam mais do que eu,
Mais eu sabia que eles seriam eternamente infelizes
Viveriam apenas ali
Naquele morro, morrinho
Quando eu já estava decidido
A por fim aquilo
Chegou amigo em um rasgo de cólera
Chamou-me para o Moloque
Tomamos um leite.com
Porém a melancolia continuava como uma bactéria
Destruindo aos poucos as pequenas coisas
Paguei e fui embora
Em casa
Liquei o book
Coloquei a 9º de Beethoven
E cortei um dos pulsos
O sangue vermelho saia como uma torneira de periferia
Começa a me sentir bem
As coisas estavam indo embora
Eles e ela;
a vida, a universidade, a familia e o doutorado
Mais eu estava feliz?
O sangue corria pelo apartamento sem compartimentos como o Eufrates
Deslizando num planalto
Deite-me nu no chão
Pude percebe que a calça desbota estava suja
Que a blusa estava manchada
Não de sangue, mais de leite.com
Uma vida curta, sem lógica, sem desejos
Foi apenas uma epiderme de uma vida
Eles estavam lá
No morro
Vivendo sua eternidade
Sem poder retirar suas próprias
Eles eram felizes sem razão ou eram infelizes por não terem razão?
O que importa é que a minha estava indo
Uma escuridão tomou de me a sapiência
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"ei, ei, ei , ei e ele se foi,
e quem era ele?"
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