EU E O CATA-VENTO...

EU E O CATA-VENTO...

 
Eu, 
Que sou um vendaval de calmaria.
A catástrofe de minha estrofe 
Um ciclone de emoções gregorianas
Entrego-te minha paz e minha agonia,

Eu.
Que risco o céu de fogo e busco o azul.
Imenso azul do sertão seco e quente.
Molho meus pés no riacho doce e fico luz.
Entrego-te meus devaneios e minha insegurança.

Eu,
Que sou o contraste da vida e da morte.
Feito caos da primavera, feito um vendaval
Às vezes vento forte, às vezes sem porte.
Entrego-te minha liberdade sem um ponto final.

Eu,
Que adejo o universo salutar e transparente.
Abomino obviamente a guerra ocular
Inferno persistente de uma alma esquecida.
Entrego-te a minha paciência! Apenas entrego-me.

Eu,
Que venho do nada, sou pó e vento.
Razão sem discernimento – sofrimento.
Polida que sou, invento do vazio meu mar.
Entrego-te! Entrego-te! Entrego-te o mundo.

Eu,
Sou apenas um cata-vento em pleno movimento.


Soraia
 

por ai...