GOSTO DE VOCÊ

Que mastiga a cama

Carinhos de cana

Coisas que não...

Dentes frágeis são

De perto e que se vê

Que se chega a tocá-lo

A sua ternura bruta

Que lhe mantém neste estado

nú de todo hábito

Com teu beijo ávido

Que me ilumina por dentro

Fogo! no canavial ao vento

Na carne desta vela

Porque me acendo nela

Apresso em descarnar

Assim como quem espera

Propagar a prosa

E acordar de um sono lento

E despertar a folha a mostra

Que não exibe tempo

Onde o verso protesta

A potência da carne

No sereno da festa

O delirio da arte.

Iracema Albuquerque
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