'Verdades ilusórias, necessitam-se'

Com a visão pela sádica razão,
Junto as pedras que aluiram meus pensamentos com ilusões.
Jogo-as todas ao ar e deixo expalharem-se pelo chão
E agora recolho-as uma a uma
Soergo-as com mais precisão que outrora:
É necessario uma ilusão mais resistente e sagaz que outras.
A simples utopia não serviu para mim.
Todo meu sangue que deramei pelo cérebro quer retorno.
Mentiras não encobrem o escuro,
Sombras escondem-se no negrume
Onde disfilam sanguinárias e famintas
Edificando quimeras mais repititivas que o simples amanhecer quotidiano,
Aliciando estátuas que movem-se trópegas por entre impérios de absurdez e temor,
Absorvendo lamúrias tão básicas quão vida eterna
Tanto falsas como seus criadores.
Fingindo acreditarem em algo...
Tangenciando um incerto contrito
Receiando que seje um monstrinho ridiculo, mais medroso, ocioso e asqueroso que tu, que te deixas controlar.
As velhas fisionomias degradantes, de hábitos odalisticos,
Cantariam muitos de vós se a verdade crua fosse proclamada.
Vós que só fazeis o bem por medo duma sombra que vós seguis,
Esperam minuciosos no pódio. Assistindo.
Sois então vós que guardais ódio da vida e transmitis hereditariamente,
Gerando monstros mais feios que vós.
Simplesmente, marionetes que retorquem parvoices distintas e escutam suas próprias mentiras
Com um desânimo mais vil e roxo que outros
Mastingando o fel da incerteza tão amargo quanto sua insatisfação.
Todas madrugadas questionando existências e consequências,
Remoendo seus dedos e olhos.
Conheceis todo sistema solar pelo simples desgosto de passar horas olhando para o céu,
Ocultando a sede de matar essa crença que tanto amaldiçoas.
Mal consegue fundir a realidade com o sonho
Tão mísero que vive (in)feliz e esperanço (ou nao) do dia que tudo se concretizará
Mas teme esse dia que tanto tenta esquecer e rogar
Passa agora as manhãs e tardes se remoendo tambem e com mais dor e gritos.
Contando os pecados e calculando a possibiladade de absorção, e gritas mais forte de medo.
(tu que mentes para si próprio?).
...
E vem a verdade acompanhada do inferno:
Ninguem acreditou nele, mais existe
E é o próprio homem que fez e faz,
Um homem sem medo do paraíso
Que viu a liberdade de agir por instinto e glória... Não mais mentiras
E irónicamente auto destroi-se no auge da verdade
...
...É necessário um sonho maior, gigante...
Que engula toda realidade
Antes que as cascas ilusórias sequem ainda mais e percam as cores.
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'Afinal mais grotesco e aparvoado ainda é que acredito que só assim a humanidade poderá viver alguns segundos a mais de vida, com umas ilusões bem fabricadas'