Tua mágoa, minha mágoa, nossa dor...

Tua mágoa, minha mágoa, nossa dor...


 

Nossas palavras desarranjadas,
Defesas munidas de egoismo,  
Irriga tua alma já ultrajada,
Suprimindo o amor e regando a extrema dor...
 
Gritaste, o meu coração magoara,
Dissimulaste, o meu coração enganara ,
Calunisate, o meu coração revoltara,
Impregnaste a nódoa de mágoa em minha alma...
 
Gritei, do teu coração o choro arranquei,
Dissimulei,  teu coração trincou,
Caluniei, teu coração decepcionou,
Imprimi a nódoa de mágoa em tua alma...
 
Na mágoa só resta a aflição,
A busca de si em labirintos,
A perda, o afogamento em lágrimas,
O apagar da chama, da paixão, do amor...
 
A mágoa grita: não volta, não volta,
Vem dor, vem tormento,
Rouba a paz, roupa o encanto,
Traz o ser humano, traz os amantes  para a cova, a solidão...
 
Com a mágoa se perde a crença,
Se abre a chaga, a podridão,
Faz o corpo inerme, sem satisfação,
Os amantes voltam a serem vermes, serem criaturas...
  
A mágoa macula a existência,
Traz dicotomia e desgosto,
Pesar e ressentimento, plena degradação,
Semblante de defeito, cheiro de ferida...
 
Com a mágoa meu amor pra ti é canção velha,
Nossos lençois não exalam mais nosso cheiro,
Sem fascinação e encanto tu me olhas,
Perdão por te amar...
 
Não tome o veneno da mágoa,
Raiz do ressentimento,
Deixe em paz meu coração, me encontre em seu perdão,
Tua mágoa, minha mágoa, nossa dor e intolerência...
 
Manaus, verão de 2010 (28/10)  

esse poemo dedido a todos aquele que estão passando por tribulação emocional, quando um turbilhão de acontecimentos tentam afastá-lo abismo abaixo em favor da degradação conjugal...
Marcello Amorim
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