Sempre me perco em mim,
De tantos caminhos por onde ando;
Como quem vaga sem rumo, pela estrada,
De curvas infinitas e nenhum encanto.
 
Tenho fome pelo caminho, tenho sede,
Mas quero viver a oportunidade...
Não sei por quanto tempo estarei aqui.
Preciso acalmar minha ansiedade.
 
Faz-me bem seguir, livremente...
Como quem nada na correnteza.
Sem culpa me pesando o espírito...
Sem grilhões que me deixem presa...
 
Mesmo perdida... Mesmo sem rumo...
Não me some a ânsia de viver.
Tenho pressa, pois a hora passa,
E aumenta mais o meu sofrer.
 
Preciso resolver, me decidir...
E me encontrar de qualquer jeito.
Escolher! E minha fome não passa...
Aumentando a angústia do meu peito.

Vou-me embora, no caminho decido...
Seguirei pra qualquer lugar, sozinha!
E se não me achar e não puder voltar,
A culpa terá sido só minha!
 
(2009)

Mônica Gomes
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