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Uma poeta percebe a Deus
Em cada encanto que vos fala
A cada canto que vos encanta
A cada voz que vos soa sutil
Como as alvas pélatas brancas da rosa
Ecoa os pensamentos divinos
Doces e quentes
Que vos ditam
Em vossos ouvidos.
É como o sino sagrado
Sempre ao relento
Sujeito ao vento
Vai e volta
Como o voo serpenteante da gaivota
Vivendo leve
Sob a vontade divina
Anuncia em cânticos o som da poeta.
Uma poeta se mantem pura
No momento da criação intacta
Branca virgem do véu de prata
Até que os anjos vos falem em pensamento
E vossos dedos redondos transponham em letra
Momentos de louvor e glória.
Precisa escrever rápido
Deixar a pena deslizar suave...
Entre as linhas do papel vincado
E sofrer o que está sendo escrito
Crucificada ceder-se
Doar-se
Oferta a ofertar-se
Cordeiro santo do rebanho de Deus
A dor ou ao êxtase que vos é apresentado.
Não deve escolher as palavras
Mas permitir que estas vos escolham
E entre as tantas que já se foram
Constituir vossos versos em poemas.
Uma poeta voa alto
Ramente conhece o chão
Serve ao céu anil profundo
Da realeza púrpura escarlate
Este é o vosso mundo
Azul e cintilante!
Vossa vida é gentil e doce.
Guiada pelos anjos
Voa sobre tudo...
Desliza luna
Pairando leve
Sobre as tormentas sinuosas.
A verdadeira poeta
Profetiza sobre os dons do criador
Poetiza a vida!
Como um milagre
Avisa a serva do Senhor
Recitando baixinho
Mas para que seja proclamado alto
O pomposo nome do Altíssimo!
Clarice Ferreira