Equilibrista do Amor

Na corda bamba vou me equilibrando
nas mãos levo o amor e a devoção
Caprichos do meu coração
que já não aceita viver de enganos

Pendendo aos lados
o desejo avassalador
que me consome as entranhas
em brasa contínua

Mas se olho a volta
percebo as infinitudes do querer
que mansamente me alisa a pele
acariciando meus sonhos
apalpando as carnes
estremecendo em partes

Sob os saltos tão altos
tenho o fio da razão
desafiando a minha emoção
Tendo a corda prestes a ruir
Perdida e ao meio
sustento-me nas quimeras
na ilusão sincera
de não querer cair.

Me desequilibro
corro o risco
o suor escorre
os lábios sequiosos e pedintes de socorro
respiração ofegante, peito arfante
na espera de meu amado amante

Mas se te vejo lá embaixo...
me atiro e logo caio em seus braços
e assim não preciso mais partir...!
O amor me veste com teu corpo,
logo não mais preciso de socorro!

Dama da Poesia
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