Naufrágio em mim...


Em correntezas avulsas e sinuosas
Desce um barco esquecido em suas próprias tristezas,
Oscilando em águas incontidas e furiosas
Renegado,perdido...

Navegando em seus próprios perigos
a procura de um porto, um abrigo.
Em seu horizonte céu nublado
em nevoeiro seu ser conturbado

Sem rumo, destino imutável!
Naufragando em mares impensados
No anceio dilacerante e transtornado
de aportar em cais e estar a salvo.

Sucumbindo ao desespero inquietante
Despediu-se do sol escondido,
do vento entristecido
afogando em ondas seu rumo antes esquecido.

Desgovernado fez-se arrebatado
e nas profundezas de suas quimeras foi arremeçado.

Dama da Poesia
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