Azulado é o dia que no verão desponta. Lá no horizonte vem surgindo lentamente, clareando os telhados cor de barro, entrando sem pedir licença: Pelas portas, janelas, por todo lado. Invade as casas anunciando o amanhecer. Sentado em minha varanda, observo a rua, a calçada. O calor do dia se eleva vagarosamente: Posso sentir o sabor do suor em minha boca. Lá pelas duas da tarde, o dia abafado me sufoca, bebo um copo de limonada bem gelada, me perco em pensamentos. Dias quentes, corações ardentes, prometem noites de muito amor. Chega o por do sol, colorindo com matizes, de laranja a vermelho intenso, penso nela, posso sentir as batidas de seu coração impaciente. A noite cai, estrelas fazem o céu parecer um sonho. A lua nova, lembra um diadema de prata, perfeito para enfeitar os seus cabelos. O amor que sinto me faz navegar pelo seu corpo, beijo sua boca incansavelmente, falo segredos em seus ouvidos, embriago-me com seu perfume. A noite passa quase sem ser notada, ela sente inveja da sua beleza de menina mulher. Vem à madrugada, em meus sonhos, revivo a noite passada, no fim da madrugada a vejo acordar, com um sorriso, me convidando outra vez para sonhar.

Cesar Garcez
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