Estranho modo de viver

Estranho modo de viver

 
Não aprendi a ser gente
Nem humana, compreende ?
Não sei dissimular a falsidade
Nem sorrir quando não estou com vontade
Afasto-me das pessoas que me fazem mal
Isolo-me do convívio social
Sou um animal bruto racional.
Vivo num dilema incomparável
Quando sou boa dizem que estou sendo apenas agradável
Quando reajo com impaciência dizem que sou incontrolável
Assim não sei o que fazer
Por isso prefiro me esconder
A ter que viver nesta condição que tanto pode me abater.
Já pedi a Deus a morte ou o exílio para as terras de ninguém
Mas pequei contra Ele quando não dei o valor que a vida tem
Assim, noites e noites afora meu consolo tem sido a solidão
Ela sim me compreende e não duvida da minha intenção
De ser alguém melhor, ainda que sufocada eu seja por tanta aflição.
Não aprendi a ser gente
Nem humana, compreende ?
Demonstro muito fácil meus sentimentos
Sou aberta, me envolvo emocionalmente
Quero amar incondicionalmente
Sofro consequentemente.
Por isso tenho me resguardado
Em meu mundo se fechado
Dando-me tempo para curar as feridas
Refletir melhor sobre o real sentido da vida
Tentando achar uma resposta para esse meu martírio
Que dia após dia consome a alegria da minha alma.

AP (Pensadora)
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