Caminho poeirento do Calvário,
Tuas pedras testemunham o absurdo.
Teu pó lamenta a cor deste cenário.
Repetem tuas curvas o eco surdo
Da marcha que entristece a natureza,
Dos passos que caminham para a morte.
Tuas ruas presenciam a estranheza.
Teus muros se envergonham desta sorte.

Em ti, tudo rejeita a injustiça:
O muro, a rua, o pó, a pedra dura,
A morte do Inocente a prantear.
Chora, caminho, o horror do sacrifício!
Chora, mas não impede esta loucura,
Que o Cristo vai morrer em meu lugar...