É só uma dose de amianto

 
Vôo além,
como ninguém aquém
a mim pôde alcançar.

 
Sheik sem harém,
refém de quem, alguém
que vive pelo ar.

 
Se canto...
é de tanto que me espanto
com o espasmo deste olhar.

 
Em pranto,
frio gélido sem manto,
com uma dose de amianto
que alguém propôs lhe dar.

 
Talvez dormir
seja a melhor maneira de sorrir,
sem sentir
talvez seja possível sonhar.

 
Por aqui,
já não canta o Bem-te-vi,
não chega o colibri,
nem aparece o sabiá.

 
Assovio triste,
se é artrite, se é palpite,
não pertence mais o andar.
 
No zêNITE, 
o poema não  insiste,
nem sei se é de mim que essa poesia vem falar.