H.P.Lovecraft: rock, literatura e psicodelismo.

H.P.Lovecraft: rock, literatura e psicodelismo.

H. P. Lovecraft é uma banda de rock que tinha formado um híbrido caldeirão de ácido-folk-rock e com estranhas e impressionante harmonias vocais. Foi dessa bandas do movimento psicodélico dos anos 70 que buscou uma associação com a poesia, e o nome do grupo já demonstra um pouco do estilo de suas leituras: o conto gótico de terror ou de ficção científica. George Edwards, o criador-fundador da banda,  tinha sido um trovador folk em Chicago, na Califórnia e na Flórida. O repertório do H.P. Lovecraft inclui covers de The Beatles ("Norwegian Wood") e Bob Dylan's ("Quit Your Low Down Ways"), bem como as primeiras músicas de Fred Neil e Terry Callier, do tempo em que eles tocavam em clubes por aí, pé na estrada. O vocalista / tecladista Dave Michaels, que já havia tocado jazz com David Sanborn, vangloriava-se da qualidade da classical formação da banda.
Depois de obter a liberação para usar o nome do escritor de ficção científica H.P. Lovecraft, recrutaram Tony Cavallari (guitarra), Mike Tegza (bateria) e Jerry McGeorge (baixo) (que já tinha visto o grupo se apresentar no The Cellar, um clube fuleiro de dança, nos subúrbios do noroeste de Chicago. A estréia da banda foi com o álbum H. P. Lovecraft.
Apresentando um hino hippie em "Get Together" e a balada "I've Been Wrong Before", além de  músicas como  "That's How Much I love You (More or Less)" e a psicodelia vaudeville em "The Time Machine". Um tributo musical ao romancista homônimo, baseado em seu conto "The White Ship", estava ensopada de harmonias alucinatórias, cravo barroco e passagens de carrilhão.
Edwards e Michaels a dupla vocalista- influenciados por trabalhos anteriores com Fred Neil Vince Martin- Distinguem de forma personalíssima o som da banda, juntamente com o intricado órgão  e cravo de Michaels, e os tambores de propulsão Tegza. Várias de suas canções tentavam comunicar a atmosfera lúgubre dos escritos de seu xará, o ficcionalista inglês. A força e a imaginação do H.P. Lovecraft marcaram a banda como um grupo vivo e criativo que pode ser ouvido em Live 11 de maio de 1968, gravação muito interessante de se ouvir.
O segundo álbum de estúdio é H. P. Lovecraft II . Embora gravado com a banda já num pique de fim de feira, ele desenvolveu-se  com sucesso na abordagem musical do grupo e permanece como um exemplo de acid rock do período. Muitos dos efeitos psicodélicos foram aparentemente criado pelo engenheiro de som Chris Huston. O álbum incluía uma outra canção baseada em uma história curta Lovecraft, "At the Mountains of Madness", bem como uma contribuição do artista da voz Ken Nordine na faixa "Nothing's Boy", e músicas de Terry Callier.
No final de 1968, Michaels decidiu deixar a banda para voltar à universidade, e o HP Lovecraft encerrava sua história. Um grupo sucessor, Lovecraft, - sem o H.P. - formou-se na década de 1970, com Edwards e Tegza da formação original. Edwards afastou-se do grupo logo após sua formação. O grupo lançou dois álbuns, envolvendo diversos estilos: pop, rock e funk, mas não demonstrava mais nenhuma das características originais do bom H.P. Lovecraft. Assim, Lovecraft não é considerado como sendo fundamentalmente ligado a HP Lovecraft ou sua história, além de uma mera questão de homonímia.

H P Lovecraft, rock, psicodelismo, literatura

Rob Ferrero
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