Qual a verdadeira história dos Lee Bats?

Qual a verdadeira história dos Lee Bats?

Recentemente li na Internet um artigo assinado por um certo Roberto de Campos contando a história do nebuloso e olvidado grupo de rock brasileiro The Lee Bats. Poucos conhecem essa banda que tocou  a partir do final dos anos 70 até 1984 ou 85 e que depois ressurgiu com nova formação aí pelo início dos 90, mas teve breve duração, acabando em 92 ou 93.
    Tenho um dos lps da primeira formação, o disco “Rock’n’Roll”, comprado num sebo a preço de banana, quase de graça.
    Na internet se encontra o disco “Rock’n’Roll” para se baixar, totalmente free no site Purevolume (WWW.purevolume.com) . Pode-se assim ouvir as recriações de “Day Tripper  (Diatribes), Honky Tonky Woman (Ronda Tonta Mina), Sweet Hitch-a-hiker (Linda Caroneira), o clássico do Mountain, Blood of the Sun (O Sangue do Sol), além de composições próprias como a surpreendente Estrada Real, com letra composta a partir de versos dum poema de Cláudio Manuel da Costa e O Vampiro, com poema de Baudelaire.
    Nesse mesmo site encontra-se um outro disco, Mitologias que parece ter sido o segundo da banda, também tem versões surpreendentes e criativas de músicas do Iron Maiden, AC\DC, Rush, mas é aí que as coisas começam a se complicar, porque as datas de algumas composições vertidas para o português não se encaixam com a biografia da banda.
Um exemplo é “Alexandre o Grande”, vertida excepcionalmente bem, tanto a letra quanto a música, e Alvin Bates demonstra, como guitarrista, toda sua capacidade técnica de recriar. Só que essa peça brilhante do Iron Maiden (Alexander the Great) é de 1986, portanto, um ano depois que a banda havia terminado(?). Mais estranho é o caso de “Netuno em Vendaval” versão (transcriação) da música do InMe (Neptune), que é de 2003, sendo que o InMe formou-se em 1996! Outro caso de datas incompreensíveis para constar no disco é a versão de Hail César do AC|DC. A música é de 1995, do disco Ballbreaker, como é possível que ela tenha sido vertida na década de 80 se nem ao menos havia sido composta pelo AC\DC?
    As demais versões do disco estão em acordo com as datas da suposta biografia da banda, porém, essas três não poderiam ter sido produzidas naquela época. Algo está errado e bem errado nisso tudo. Segundo Roberto Campos, o guitarrista Alvin Bates se mandou para uma missão espiritual ao Nepal em 1985, Cid Charles morreu em acidente de automóvel, mas não se informa quando isso ocorreu. Marcos Sparkles voltou para a terra de seus pais na Macedônia e Bib Pepper continua tocando por aí, mas sem usaro pseudônimo e não se revela seu verdadeiro nome. Pela biografia se sugere que essa primeira formação de banda acabou em 1987 ou 1988, o que mantém as três músicas em questão ainda fora de condições de estarem nesse disco.
    Pode ser que essas três canções pertençam à segunda formação, mas eu cheguei a ver uma apresentação dessa segunda formação, e a qualidade da banda havia caído um bocado. Era então só um trio, enquanto a primeira formação era um quinteto, e faltava a guitarra de Alvin Bates e os teclados de Marcos Sparkles. Nessas três composições ouvimos os teclados e os solos inconfundíveis do estilo de Alvin Bates. O mistério assim se apresenta e creio que será difícil solucioná-lo. Só quem poderia dar a resposta para isso é Jayro Luna, o único componente da banda que está acessível, uma vez que seguiu a carreira acadêmica e hoje é professor universitário, mas ao que sei ele não gosta de falar da sua época nos Lee Bats.

Rob Ferrero
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