Nada se tira, tudo se deforma

Só e lentamente
Um jovem desliza num muro...
Podre e arrebentado
Tenta tragar o que pode
De um resto de baseado
E a droga é tão louca, e a vida tão pouca
Que já não tem força nem
Pra alcançar
A boca
Destruiu-se, e não sabe voltar...
 
E eu me destruo um pouco
Porque não volto lá senão em mente
E eu me destruo junto
Porque estou viciado em ser indiferente
 
E eu... Eu morro um pouco,
Quando vejo alguém morrer assim
E eu... Eu morro junto
Quando NADA tiro de mim.

Há quem sofra de um vício profundo,
Que é o vício em si mesmo.
É um vício que ninguém assume,
É um vício que quase não some,
É um vício difícil que soma
Egoísmos a seus vis sintomas.
E é quando de si não se tira
Que todo resto se deforma.

Que a culpa não mais se estenda, e assim a atitude surpreenda...