NADA DURA PARA SEMPRE

 
 
Na mudez da solidão
encarcerei meus segredos
e silenciei tuas ausências.
 
Tristeza murada
foi gerada em mim
sulcando minha face
corroendo minhas entranhas
acidando meus sentimentos.
 
Despojada de minha essência
me encerrei no fastio
dos dias sangrentos
e nas amarras dos dormentes sonhos.
 
No cárcere  das indagações
repousei meu destino
e entreguei o sopro
do tempo existente
e da intimidade escondida.
 
Nas armadilhas impostas
fui esfinge e dor
cruz e caminho...
parte de um todo...
rastro da vida
espelho da morte.
 
Val Bomfim