"Em nome da demência!"

 


Ansiais, talvez por escassez, mi’a é liberdade
Essa que sendo reles, macabra a divindade
Vos negai, sequer em dor, iníqua existência
Tão e sombria, porem acolhedora, senhora “Demência”
 
Atrevei-vos, Oh, “Rainha”, por entre moribundos
Sobre um tão decaído mundo de meros mortais
Oh sim… de meros mortais…
Devorai-lhe a carne, condenada por ancestrais
 
Mensageiro, oh vindouro de desgraças
Seus Antebraços envoltos em esbeltas asas desfiguradas
Subtis os sussurros maliciosos, invocando o senhor dos horrores
Vestindo em nós as trevas, laivos esses tão ensurdecedores
 
Ajoelhai-vos perante Dom Inferno
Ave Perdição
 (Jaz dormente a mente, herege 
Vossa Salvação)
 
Língua essa, que me serpenteai oh demo
Tão engendrada, enganadora
Sobre sangue outrora puro, inocência encantadora
Aliciais assim, vil diabo
Ingénuo e caótico, teu hoje, Anjo negro do pecado”
 
“Desliza mão vostra (m’ia), possessa d’alma ainda que cruel quão delicada
Ao percorrer ténue, a infinda pele, por vós não amada
Impulso dócil, um olho pela não transparência…
Apoderais-te de mim (apoderar-me de ti), com tamanha insolência”
 
Impludais-me de um só e apenas desejo
O de te ter em mim anseio, Oh sim se anseio… 
Talvez por preencher odiosa a alma, carne seminua
Devorar satisfação, horrivelmente tão nossa e crua”      
 
“Descaindo eloquência tão sensual, véu vostro
Enaltecer erótico, escarlata nostra carnificina 
Diabolicamente seduzir-vos sobre falsa e m’ia empatia
Pois, de inócua eu te alteei mulher, um solo gemer
Meu intelectual manifesto ás origens insanas do prazer
 
“Á luz de 3 luas incandescentes
Aeterna será hoje, nocturna…
Insinuação macabra de momento…
Maleável e amargo fingimento…"

 

Pedro Remiz
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