Amor, estranho sentimento

Quem pensa que eu não sinto o amor, enganado está

É que quando amo, estranho, me calo

O amor deixa-me em estado  catatônico,

Como esponja ele me absorve,

Traz consigo uma energia totalmente cósmica.

Totalmente sem lógica.

Daí, nenhum verso mais me escapa

flutuo como o mais leve algodão.

Mas como o algodão torno-me frágil

E assim componho (ou não): extravaso.

Mas é um extravasar pra dentro,

Um acalanto, não uma euforia de momento!

A dor desse sentimento sua, sai pelos póros.

Então eu choro.

Choro poemas desconexos

Choro os choros mais complexos.

Até que o meu coração se acomode,

Tento, sem sucesso, produzir algum verso.

Transformo a alegria em masoquismo, confesso

É um dilema que absolutamente não meço

Esse sentimento se consome dentro de mim

Leva-me em movimentos ambíguos

A viajar , rasgando o universo, até o fim

Universo ora de paz, ora de dor

Sentimento que ora mata, ora ressuscita

Que coisa estranha!

Será que nem eu sei  o que sinto? É amor?

Algo tão controverso...

 

marcos cesar santos de vasconcelos
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