Jaguarari, índio forte
muito bonito e valente,
adorava caçar e pescar,
vivia feliz em sua tribo
admirado por toda a gente.
Num dia de muito sol
saiu para passear,
seguiu até a floresta,
ouvindo os pássaros cantar
e sentindo muito calor
pensou em se refrescar.
Encontrou um lindo lago
e nele resolveu nadar.
Quando a noite caiu
e para a aldeia  ia retornar,
ouviu um canto suave
e foi voltando para o lago
sem poder se controlar.
Ao chegar perto da margem
procurou com o olhar
para saber onde estava
a dona de tão belo cantar.
Avistou o ser encantado
com uma cauda reluzente,
longos cabelos castanhos
ficando logo enfeitiçado.
Uma moça, linda, morena
com olhos da cor do mel
com uma voz maviosa
tal qual um anjo do céu,
chamou-lhe para dentro d'água
e Jaguarari, pobre coitado
foi afundando-se nas águas,
sem nunca mais ser encontrado.
Contam que até hoje
depois do anoitecer
de beira de lago ou rio
nenhum índio quer saber,
pois sabem que correm o risco
de não voltar pra aldeia
se escutar o belo canto
ou ver o olhar sedutor
da Mãe D'água, a sereia.


 

 

Wanda Campos
© Todos os direitos reservados