Nos Trilhos da Vida - Parte 2

Nos Trilhos da Vida - Parte 2

Continuando leia a parte 1 ....

... apesar de não concordar com o funcionamento
deste trem, fui obrigado a me adaptar ao sistema.
Percebi que iria crescer aos poucos,
percebi que precisava de uma base,
precisa saber para onde iria e porque iria.

Ninguém me dizia nada sobre o caminho,
a maioria das pessoas desse trem,
apesar de terem mais anos de trilhos que eu,
também eram conduzidas,
não tinham o controle e tão pouco conhecimento sobre o caminho,
estava eu rodeado por pessoas mais velhas,
que me diziam o que era certo ou errado,
mas eles sabiam tanto quanto eu, ou seja nada!

Até então eu ainda queria controlar a locomotiva,
queria ter controle da sua direção,
e novamente me surpreendi pois,
essa máquina na qual fomos inseridos
é incontrolável, não existe uma formação
para condutores e tão pouco um manual de uso.

Meu mundo se resumia ao que eu podia ver
de minha simples e inconfortável poltrona.
Já que meu mundo era aquele pequeno espaço,
comecei a prestar atenção nos passageiros,
a olhar suas posturas,
seus olhares,
e vi que tinha muitas atividades dentro desse pequeno
mundo sobre os trilhos.

Via pessoas sorrindo em poltronas mais simples que a minha,
via pessoas chorando em poltronas super macias e de couro,
via crianças brincando com caixas de fósforo no corredor do trem,
via também outras crianças com lindos brinquedos chorando
pois não queriam aqueles brinquedos e sim outros melhores.
Pessoas de idade contando vantagens de situações que viveram no passado,
eu comecei a me apaixonar por essas experiências e até
me esqueci da locomotiva que estava me levando para algum lugar.

Alguns passageiros brigavam por não terem sidos atendidos quando chamaram,
mulheres choravam de saudades de alguém.
Vi pessoas escondendo algo sob o paletó para que ninguém visse, tinham também
pessoas que subiam nas poltronas e gritavam, cantavam e falavam alto
chamando atenção de todos, alguns ouviam outros passavam ao lado, ao
final de sua gritaria eles pediam dinheiro não sei para o que.

Dias e dias se passaram e eu finalmente estava gostando do trem,
poucos dias atrás eu queria pular pela janela, agora eu tinha algo
que me interessava de verdade,
comecei a prestar atenção nas pessoas e....

Continua em breve

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