Corpo quente, coração seco

Corpo quente, coração seco

Eu e meus desatinos imutáveis.
Sem garras e com as asas decepadas.
Não há borboletas em meu céu, cor de pira...
O sol turvando a visão, corrompendo a paz.
O corpo se retorcendo em espirais permanentes,
circundando em grandes esforços necessários.
Da seiva nutritiva vou absorvendo a gota escassa,
as raízes sondando a terra, desesperadas.
Tenho fome e sede do bálsamo pra minh'alma.
Nesse solo quente e falto, cheio de areias esfoliantes,
sinto que está tudo do avesso, está tudo errado!
Deus, que esforço é esse em meu coração sem regaço?
Sem descanso, sem carinhos, só vácuo...
Sou como a árvore seca, sem flor, do cerrado!

Fotografia: flor típica do Pará, de Natanael Silva - fotógrafo e poeta. http://wwww.olhares.com/n...
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Obrigada por me ler. Beijos!
Elisa Gasparini
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