Desde meus sentimentos,
Os que me abrem horizontes,
Albatrozes em rajadas quentes,
Se me apequenam os montes
 
Desde o juízo do olhar,
Dos que às cordilheiras aplainam,
Raquíticos os cumes que enganam,
De píncaros desfazendo-se em mar
 
Desde o meu ser consciência,
Rábula é a realidade presente
De insignificância latente
E de sentido torpe a dolência
 
Desde o coração que me sangra
Que da lã sem tosa forja adagas,
Mareja dos fortes, o mel dos prantos;
Aporta o ignóbil profícua angra.
 
Desde o céu de minh’alma
Agigantam-se os homens pequenos
- Andarilhos, pescadores, morenos -
Portam a vida que comporta a palma
 
Desde o Ser que me nutre,
Indúvia Fé a proteger-me menino,
Antares é grão pequenino,
Mas não é a semente grão futre.

Manito O Nato
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