O POETA E AS ABELHAS

Nos primeiros alvores da aurora
Quando já se faz dourada,
Tímida a noite vai embora
De uma vigília cansada.
 
A vida continua e começa um novo dia.
É como entre as laboriosas abelhas,
A vida começa cedo e não em manhã tardia
 
Nas grandes cidades, não como nas colméias,
A atividade não tem as mesmas características.
Na cidade tem o que trabalha e o que passeia
E aquele que a arte do trabalho, não pratica.
 
Que troca à noite pelo dia, parceiro da coruja,
Se ficar a luz do sol fere seus olhos
É necessário então que aos primeiros alvores ele fuja.
 
Já o poeta busca na noite e no dia sua inspiração.
E no ocaso ou no amanhecer quem sabe lhe venha o tom,
Para fazer a melodia que enriquece sua canção.
O versejar do poeta e o zumbido da abelha só diferem no som!
 

Tivesse o ser humano a mesma organização das abelhas, uma sociedade laboriosa onde cada um tem o seu papel definido e o resultado do labor é o bem estar do coletivo. Não teriamos nós as mazelas da nossa sociedade, sociedade dos animais superiores. Se o somos, tenho cá minhas dúvidas, não nos elegeram e sim nos elegemos.

Observando as abelhas no seu cotidiano.