Segredos do baú dourado

Segredos do baú dourado

Segredos, 

Eu os trago num pequeno baú dourado

Bem guardados

Para que não sejam propalados

 

Que não sejam adúlteros os meus lábios

Em pronunciá-los

Que não se precipitem os meus olhos

A publicá-los

 

Segredos,

Eu os sei inteiros

Tão obsoletos quanta a campânula

Em que os vejo presos

 

É na tinta brilhante que escorre da caneta

Que lanço sobre a folha alva

Em dose incerta

Vestígios dos meus segredos

 

Mexo e remexo o baú dourado

Na salivante expectativa de que eles despertem

E com um desejo de voar intensificado

Adquiram asas e, voando, se desintegrem

 

Ou então, que saiam pela porta entreaberta

Sigam rumo à vida ( ou ao que restou dela)

Talvez, transfigurados em borboletas coloridas

Que voam sem amarras, sem o olhar da sentinela

 

                                    * Úrsula Maia *
 

* Mantenha a autoria do poema- Direitos autorais registrados

 

* A imagem é do site www.sensual-arts.com

Queridos amigos e poetas do site e visitantes,
Este poema fala sobre segredos de mulher, propondo o paradoxo que existe entre mantê-los guardados e deixá-los vazar. Espero que apreciem. Um abraço carinhoso a todos que me visitam e que, generosa e atenciosamente deixam seu comentário.

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