AINDA CRIANÇA

Sempre que estou contigo sou criança
Torno-me um desconhecedor da vergonha
Não reprimo palavras
Sem medo das conseqüências

É uma saborosa brincadeira
Mas quando aperto campainha não corro
Aguardo-te
O mesmo faço com o telefone
Espero-te

Penso em fugir juntos
Não há nada demais
Minha inocência não prevê nada além
Não quero seu mal
Senão nosso bem
Descarte as conseqüências

Saia desta ostra
Ostracismo
Confesso-te que em mim há ironia
Epicurismo

Lambuzar-te-ei, sim!
Falo de mais
Sei que posso ficar de castigo
Nem ligo
Sempre fui, na minha infância, sincero
E entendo-te

Mas confesso,
Durante dias ouvirás o alarido
Do meu silêncio.
Compartilhar-te-ei a minha solidão.
Uma lição.

NOVA FRIBURGO - RJ