Coleção de Conseqüências

Sabe-se, sem que digam, que a conseqüência das causas
É a seqüência que causa todas as conclusões
Sobre tudo o que fizemos antes
De nos notarmos errantes, ou nos tornarmos triunfantes,
Depende de como enxergamos, e até onde levamos,
O nosso troféu de estante [e de instantes...
 
A conseqüência da busca é o instante
Eterno ou desiludido: depende do sonho que nos invade
A conseqüência do eterno é o nosso encontro com A verdade
Enquanto que nunca ver verdade é nos vendermos à ilusão
A desilusão nos vê no espelho, mas nós pagamos pra ver a vaidade
A vaidade abre a porta só pro que traz nosso orgulho
E o orgulho fecha as asas dessa liberdade em nós
Liberdade engaiolada cala o canto do amor
E o amor foge das casas onde os tapas são de voz...


Nossa sala é semi-surda, quem mais fala é um vidro a cores,

Lá as horas, absurdas, são veladas sem valores,
Vão velozes sem volante, e sem tempo de mais nada
Do que não fizemos antes... E talvez, na mais verdade,
Nem tenhamos mais vontade de nos retomarmos mais
Tarde, tarde demais.