no meio da insônia acordo
no passado imagino deusas encantadas
pedindo pra readormecer
uma pobre múmia desenrolada
pobre múmia desenrolada
que em uma história sem fim
fora condenada a eterna escravidão
escravo de si escravo sim
do seu próprio ser da sua própria imaginação
no meio da insônia acordo
na escuridão vejo sombras indignadas
pedindo pra libertar
uma pobre cobaia amordaçada
pobre cobaia amordaçada
que presa a um destino cruel
por ela mesmo traçado
vai seguindo o seu papel
em lentos passos marcados
no meio da insônia acordo
no silêncio ouço vozes desesperadas
pedindo pra acordar
um pobre diabo a delirar
no meio da insônia acordo
..à noite me envolve
em um lençol terno
nele sinto frio
o silêncio me ensurdece
meu corpo chora
chora e vira rioTibagi
Silvio Prado
© Todos os direitos reservados
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