Em minhas mãos freme um amor radioativo
Que é sem pudor, sem restrição, descontrolado:
Seu brilho ofusca à luz do toque destrutivo
E perde enfoque, nessa busca do incriado,
Desse espontâneo inconsciente coletivo
Sobrevivente aos momentâneos descuidados,
Sempre espantoso, calculista, evolutivo,
Qual d'alquimista um desastroso preparado
Que vive à parte da intenção do criador,
Em perversão da própria arte imaculada
Que tinha em mente quem lhe traz à existência...
Como lhe apraz, indiferente, o meu amor
Fere a quem ama! E, sem ação, nem digo nada,
Que oposição lhe instiga a chama da insistência...