Eu, que já sofri além do limite
Que a autopreservação me sugere,
Que já temi o furor da intempérie
Bem mais do que meu orgulho admite,
Que já provei da ausência que fere,
Da indiferença mais fria e mais triste,
Da solidão que tortura e persiste,
Da falsidade que às vezes se insere
Na estrada da vida, fui conduzido
A novas visões desse mal sofrido,
Pois deu-me mais fúria! E dei mais valor
Ao bem que também mil vezes vivi;
E as horas de dor, enfim percebi,
Me fazem querer sempre mais o amor...