THE RETORN
 
 
 
 
Lá estava eu:
Novamente arremessado, imerso, integrado
Áquela vaga compactamente esparsa de gente-rebanho.
 
 
Sim, aquela pobre gente forjada na dor da espera.
Sim, aquela pobre gente forjada na dor da promessa.
Sim, aquela pobre gente plantada na terra improdutiva da desídia.
Sim, aquela pobre gente que, sempre diante do padecimento,
Andando trôpega e firmemente,
                                                                                Resigna-se]
 
 
Quedo a contemplar os idosos:
Semblantes que denotam muitas vezes uma longa
Quilometragem penosa em que o duro perpasso do tempo,
Quando tão logo pudera, lhes ensinou a trilhar
O itinerário da sábia primavera do bivagar lento.
 
 
 
Lanço meu olhar para as matrizes filhas d’aurora:
Tão tenras e imaturas pra carregar calhais magnos sobre as costas.
Ah, coitadas também dessas Pedras Preciosas, porque muitas
 Percorrerão
Estradas onde só encontrarão chagas, chagas, e mais chagas!
E as matrizes filhas d’aurora, ao final do caminho, hão de estar
Amargas... Amargas... Amaríssimas! Limão, limoeiros, Limonadas! Azedíssimas!
 
 
 
 
 
 
Eu, então, dentro de tal turbilhão de anseios e desesperos Reprimidos,
Sob o esteio da compreensão da tranqüilidade dos meandros-Molas que fazem funcionar seu mecanismo,
Me sinto o mais vão dos vãos intelectualismos,
Porque sei que um bloco apenas não é capaz de soerguer nem Sequer o mais ínfimo dos ínfimos
Edifícios.
 
 
Não,
Não me restando nada a fazer,
Recolho-me á porra da insignificância dos solilóquios inúteis
E dos limbos de deserto que são os meus pensamentos.
Não,
A ação da minha fala e reflexões não causa nenhum impacto,
Ao menos, não como a dor da conformação causa.
Não,
O que deveria fazer é ir ao encontro do silêncio
E dizer: “O bom impotente filho á casa retorna”!
 
 JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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