Adeus meu nobre sertão,
Trarei na face tuas marcas eternas,
Que escreves ao sol em almas sinceras,
Que se dispersam no mundo por judiação.
 
Deixo o sertão,
Mas hei guardar saudade,
Do meu pequeno sítio ou da cidade,
Lugar que plantei o meu coração.
 
Deste chão sem água,
Do gado magro da sorte ingrata,
Do mato seco e das velhas casas,
De terras abandonadas por tantas magoas.
 
Terra que se vê na televisão,
Desse Nordeste que nos entristece,
Torna-se notícia quando nada floresce,
 E homens exauridos por lutar em vão.
 
Sertão árduo, seco, sofrido e inculto,
Homens guerreiros não hão de aqui viver,
No sonho de trabalhar e da terra sobreviver,
No lugar que manda o político corrupto.
 
Da politicagem surgiu a fome do sertão,
Pois a sobrevivência nessa região,
Só depende das chuvas,
As autoridades imergem na corrupção,
O sertanejo padece com suas rugas.

Rodrigo Cézar Limeira
© Todos os direitos reservados