Aceitar o Tapa, Que a Mentira Tampa

Por tudo, queria que fosse verdade...
Inda bate em mim a vontade...
Dessa falsa realidade...
Onde procuro o que não tem...
Onde chamo quem não vem...
Para preencher o vazio deixado...
Nesse coração acostumado....
Com tanta desilusão...
Mas mentira, não...
O susto, o tombo, o mundo...
Caiu, tudo junto...
O pranto rolou...
Não de raiva, apenas rolou...
Talvez de alívio, da espera que acaba....
Talvez de saudade, da menina que falava....
Talvez daquele sonho, que só eu sonhava...
Talvez...
Achei que fosse minha vez....
De ser feliz....
Mas foi por um triz...
Que não me machuquei de verdade...
Pois sempre a realidade...
Torna a aparecer...
Não quero de tudo esquecer....
Guardarei aqui comigo...
Todo o carinho...
Que um dia eu quis ter...
E, por bem ou por mal....
Esse personagem, tal qual ...
Nem sei como é no real....
Foi comigo muito leal...
Não viverei de vontade ou de sonho...
Não quero todas as manhãs, acordar tristonho...
Porém, guardarei esse alguém....
Aqui comigo....
Nesse sonho amigo...
Que tanto sonhei...
Guardarei seus olhos....
Que não existem...
Guardarei seu sorriso...
Que não existe...
Guardarei teu rosto, que não é teu ...
Guardarei nossas conversas, nossas juras...
Guardarei tudo de bom ...
Que ela me trouxe ...
Existindo ou não...
Entrou no meu coração....
Pena que tudo não passou...
De um sonho, lindo e bom.

Fabrízio Stella
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