Há múltiplos tons na aquarela do amor:
Quem é que é capaz de tentar expressar?
Uns dizem que é espinho, uns dizem que é flor;
Uns dizem sorrir, uns dizem chorar...

E a tinta incansável tenta compor
Tal quadro maior que o céu e que o mar:
Prazer e martírio, paz e rancor,
Ceder e exigir, partir e ficar...

E embora ninguém consiga pintar
Ao certo o matiz da face do amor,
Ninguém desistiu jamais de o tentar;

Porque sua atração consiste em surgir
Não simples que ao olho possa-se expor,
Mas simples que a alma o possa sentir.