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Silenciosas e lentas,
Aquelas velas desciam o rio,
Sob os olhos negros, mestiços,
Daquele que, do barranco,
Admirava as marés.
Eram canoas,
Que da insular pescaria
Vinham e aportavam
Naquela lamacenta praia.
Porto fluvial de esperança.
Um coração caboclo,
Pulsando entre toldos e quilhas,
Fazia das enchentes e vazantes
Um motivo para trazer de novo,
Aos olhos, a fartura da mata.
Entre paneiros de açaí,
O rústico braço embarcadiço
Também transportava a doçura,
De quem, na próxima preamar
Vivificaria aquela feira ribeirinha.
A pequena Macapá de antigamente viveu um tempo em que o comércio ribeirinho representava o maior movimento da sua economia. Nas margens do rio Amazonas, o ponto de desembarque denominado de Igarapé das mulheres, que deu mais tarde origem ao bairro do Perpétuo Socorro, era o local onde as canoas aportavam trazendo para a venda, coisas das ilhas do Pará como o açaí, a bacaba, o peixe, o camarão, o carangueijo, dentre outros.Macapá-AP 2006
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