Correste tanto e por fim paraste, pai.
A tua hora Deus achou por bem fazer.
Lutaste muito, mas quando a chama se vai,
Só mesmo Deus pode intervir no teu sofrer.

Nos deste tantas alegrias e esperanças,
Que nossa vida parecia um paraiso.
Quando te foste, já não éramos crianças,
Foi doloroso aceitar tudo com juízo.

No leito triste de hospital, por tantos dias,
E nós na ânsia de ver-te acordar disposto,
Rezamos muito prá tentar ter a alegria.
De ver-te bom e com um sorriso no rosto.

O sofrimento provoca dores na gente.
Mas enfrentamos o sofrer com altruísmo,
Ao percebermos que Deus estava carente
De ter no Céu o teu amor e teu lirismo.

O tempo passa e com ele envelhecemos.
Talvez, um dia, estejamos reunidos,
Em outro plano, bem juntinhos estaremos,
Com a mamãe e todos teus filhos queridos.