Das revistas e jornais
velhos jogados no lixo,
rasgo tudo em pedaços
e coloco em água repouso.

Espremo com as mãos,
sem coração,
amasso e faço uma bola.

Com o amido e água,
no fogo da hora
faço a cola.

Pego a massa
e formo a forma: cabeça,
com uma orelha apenas,
tal qual Van Gogh!

E com o raugê, batom,
pó cachimir buquê
e o lápis creom,
moldo o signo
da beleza externa,
tapando as olheiras.

joão arantes
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