Fogem-me agora palavras da garganta,
Perdem-se no caminho pela língua adentro,
Neste abismo afora, dou um passo e entro,
Nenhum grito de vitória minha boca canta.

Dei um passo em lugar desconhecido,
Imaginando se o real era verdade,
Dando a mim total prioridade,
Pra devolver a vida ao falecido.

- Falecido?! Balbucia sozinho o pseudo-poeta.
Que há tempos vivia calado,
Vagando cansado num mundo parado,
Tornando a malvada tristeza completa.

Nas trevas seu olhar se projeta,
Procurando um lugar onde possa ir,
Pensando na vida que um dia há de vir,
Observando seu mundo como se fosse profeta.

E agora que a lua se pôs,
Ele dorme sossegado,
Sonhando em um dia encontrar as palavras,
Que possam fazê-lo feliz.