Vou andando a lentos passos em agonia,

Não vivo - existo, durante a noite, durante o dia...

 

Algo em meu ser atiça, desafia e provoca

O conceito de ruína, a ideia da morte...

Altivo, embora frágil, em todo o meu porte,

Ajo como deus, sendo apenas um verme, uma minhoca.

 

Abalo meus alicerces e tudo o que o toca.

Vou jogando com riscos extremos, como um esporte,

O qual me prejudica ao invés de deixar mais forte

E me perfura em ânimo e carne - tal qual broca...

 

Em meu íntimo já não tenho nada a perder,

Pois que já estou perdido e quebrado.

Adentro as chamas sem me importar se sairei queimado...

 

Coloco-me à prova sem nunca me conter.

Esqueço-me do mundo, sendo que não desejo ser um estorvo,

Mas corro em direção das asas do corvo...

 

E vou apático rumo a um labirinto de perdição:

Dor e sofrimento. Trilha sem volta da autodestruição.