Foi como uma fogueira,
estava sempre quente, em chamas.
Suas pernas eram feitas de cobre aceso.
Ânfora de calor e prazer
que combinam com a escuridão.
 
Sempre queimado
Esse foi o seu destino; queimar, derreter,
ficar para sempre
na pele de quem tocou,
deixando a marca maldita de Cain.
 
Com seus dedos finos dominou o fogo,
acendia seus cigarros e os meus.
Suas baforadas de dragão fêmea hipnotizavam
com a fumaça que fugia de seus lábios
como fantasmas prisioneiros do inferno.
 
Meus licores eram vapor em sua língua
e o seus, magma na minha ¡Oh, como queimou!
Esse foi o seu destino; queimar, queimar sempre,
queimar com paixão e consumir-se.
E queimou fielmente, como uma fogueira até o fim.
 

 

Pablo Nuñez
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