Das Altas Luzes Siderais

 
Lá fora, tudo de pedra.
E eu tendo de andar sempre calçado,
sem terra fofa nenhuma pra pisar;
com dificuldade imensa
em encontrar uma só árvore
onde dependurar meu cansaço
em galhos de sossego e ventilação.
 
Lá fora, tudo ruidoso… tudo ruindo… tudo ruim…
Em minha alma brotos de sinfônicos lampejos
quase sempre esmagados por engrenagens
de relógios, calendários, compromissos inadiáveis.
 
Minha alegria é essa espiritualíssima paz
que viceja frondosa no solo do meu coração.
A paz que emana das altas luzes siderais,
sob a qual digo “nunca mais”
aos terrificantes e assombrosos lodaçais.